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Globo Esporte

Bastidores: como denúncia de aliciamento no Palmeiras motivou exclusão do Corinthians

Reportagem do ge ouviu pessoas ligadas ao Movimento, teve acesso a mensagens, nome do atleta - que será preservado - e ao Regimento Interno para destrinchar história

Foto: Reprodução

Um atrito na categoria sub-14 motivou a exclusão do Corinthians do Movimento de Clubes Formadores e o protesto de 12 times, que agora exigem a retirada do Timão da Copa Votorantim Sub-15.


rata-se de uma denúncia de aliciamento a um ex-atleta do Palmeiras, que o Corinthians nega ter feito. O caso, porém, pegou mal na diretoria alvinegra, causou incômodo ao presidente Augusto Melo e haverá uma conversa com o diretor da base, Claudinei Alves.


A reportagem do ge ouviu pessoas ligadas ao Movimento, teve acesso a mensagens, ao nome do atleta - que será preservado - e ao Regimento Interno do MCFFB para destrinchar os bastidores dessa história.


Responsável pela exclusão, o Movimento de Clubes Formadores surgiu para evitar o "roubo" de atletas abaixo dos 14 anos, idade mínima para assinar contrato de formação. Ou seja, atua onde a lei não age e protege os clubes com jogadores dos dez aos 14 anos, impedindo, através de um Regimento Interno, a transferência para outros times sem autorização.


No caso envolvendo Corinthians e Palmeiras, trata-se de um atleta que completou 14 anos em dezembro de 2024.


Com a proximidade do aniversário, o Palmeiras enviou o contrato de formação aos responsáveis e recebeu como resposta um e-mail informando o desligamento do garoto, que não queria mais continuar no clube.


No sábado da semana passada, o coordenador da base do Verdão, João Paulo Sampaio, fez a denúncia no grupo de WhatsApp do Movimento, informando tempo de clube, valor do auxílio financeiro + bolsa de estudo - que é o investimento feito no atleta - e a não intenção de fazer parcerias.


Quando um clube aceita parcerias, o atleta é liberado para outro time do movimento através de acordo - como a inserção futura de divisão de percentuais de direitos. Quando não aceitam, os outros clubes são proibidos de acertarem com o jogador, que por vezes termina voltando ao de origem.


Neste caso, os envolvidos relatam que o atleta dias depois apareceu treinando no Corinthians. E isso virou tema de debate na reunião do Movimento, realizada na terça-feira.


O executivo Alex Brasil participou representando o Corinthians e alega que apenas passou aos outros clubes o posicionamento institucional de que o garoto permaneceria no Timão.


Na semana passada, o Corinthians, em nota, negou ter aliciado o jogador e disse ue não reconhece os motivos alegados pelo MCF e foi pego de surpresa pela exclusão.


O Artigo 4º § 3º do Regimento Interno do Movimento de Clubes Formadores determina quatro condições para proteger os clubes em relação a cada atleta entre os 10 e 14 anos:


Por que em outros casos não foi considerado aliciamento?


Desde que o caso se tornou público, houve comparações nas redes sociais com os casos de Flora, do Corinthians, e Estêvão, ex-Cruzeiro e agora no Palmeiras. Em conversa com a reportagem, porém, pessoas ligadas ao Movimento explicam que há diferenças em cada episódio.


No caso de Flora, dizem que o garoto estava prestes a completar dez anos quando chegou a conversar sobre uma possível ida ao Palmeiras. Quando fizesse aniversário e assinasse o vínculo federativo, porém, estaria ligado ao Timão e protegido dentro das regras do movimento.


No caso de Estêvão, a saída para o Palmeiras aconteceu em um período em que o Cruzeiro estava há quase dois anos sem Certificado de Clube Formador e, consequentemente, estava fora do movimento.

Caso o clube perca o Certificado, ele só permanece no movimento se tiver feito o pedido de renovação até seis meses após o vencimento.

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